MÃOS CALEJADAS
Já tive as mãos calejadas
Por trabalhar com enxada
Pra tirar meu ganha-pão
Era uma vida sofrida
Na dura lida da vida
Que deixou grande lição!
A vida de um lavrador
Nem sempre tem o valor
Que deveria ter
Levanta de madrugada
Logo bota o pé na estrada
Assistindo ao amanhecer!
Vai pra sua lida diária
Com as incertezas contrárias
Daquilo que gostaria
Pede a Deus a proteção
Pra que nunca lhe falte o pão
Pra sustentar sua família!
Se contenta com tão pouco
Apesar de viver no sufoco
Na incerteza de ter trabalho
Na esperança de dia melhor
Que compense o seu suor
Que nunca lhe falte pão e agasalho!
Meu horizonte era tão pequeno
Que não carecia um aceno
Para ver o seu final
Pois vendo meus companheiros
Nesse destino traiçoeiro
Clamava pra não ter o meu igual!
Mas a Fé no Criador
Veio pra reforçar o valor
Que existe em cada criatura
E com muita perseverança
Alimentou minha Esperança
De melhorar a vida futura!
Com luta e determinação
Melhorei minha instrução
E também o meu labor
Tive várias profissões
Cada qual me deixou lições
E me fez um lutador!
E hoje, já passado muito tempo,
Ainda trago no pensamento
Tudo o que vivi e passei
Lutas que não foram poucas
Vitórias que até foram loucas
Por tudo quanto conquistei!
Hoje tenho as mãos aprendidas
Pelas lições recebidas
Na grande escola da vida
Algumas como ferro quente
Que queimam na pele da gente
Mas jamais são esquecidas!
Sinto orgulho do meu passado
Da minha origem e legado
Que fez de mim um cidadão
Os conselhos da mãe querida
Que dizia, filho nesta vida,
Ser honrado é sua obrigação!
Ensinou-me, também, a ser cristão,
Tratar os semelhantes como irmãos
Pois, perante Deus, somos todos iguais
Não desejarmos mal a ninguém
Sermos leais e sinceros também
Na conquista dos nossos ideais!
Nestes versos deixo a mensagem
Que serve como homenagem
A quem tem as mãos calejadas
Pois do seu trabalho e suor
Exercido com muito amor
Muitas bocas são alimentadas!
Ilha Solteira/SP – 28/12/2023 – 21h39min
Nota do autor: Esta poesia conta um pouco da minha história de vida!