Devaneios noturnos

Porventura

Inebriado pela noite escura

Que o meu passo não me leve a loucura

E nenhum passo me conduza à solidão

Deixei meus pés descalços

Para sentir a terra entre os dedos

E imerso em meus pensamentos

Ficasse por um instante liberto

Daquele mar de agitação

Fortemente naquele alvoroço

De silêncio medido e ensurdecedor

Via a lua beijando a noite

O céu contornando as estrelas

E uma nuvem por si só

Aquela nuvem consumindo o meu coração

Quis que o poeta falasse

De coisas profundas

E disfarssasse

Entre as palavras ditas

Por aquele silêncio todo

Que o meu passo não me leve a loucura

E nenhum passo me conduza à solidão

São os devaneios noturnos

Que, em silêncio

Entorpeciam a minha visão.

Yara Duarte
Enviado por Yara Duarte em 17/08/2022
Código do texto: T7584099
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