PELAS LATITUDES
PELAS LATITUDES
Meus vários corpos são multi-facetas,
Dos climas que tanto mudam de lado,
Vivendo no trópico ou pelas sarjetas,
Ou mesmo na sede que mata o gado.
Me vejo ao Sol a fazer piruetas,
E até a lua faz coro ao meu lado,
Se a Terra angula o pião carrapeta,
Revendo a sombra no inclinado.
E seja no Plano ou no Lacerda,
Na diagonal ou olhando o espaço,
Vamos subindo a encosta da serra,
Lendo o jornal que já foi editado.
Vejo a baía ao andar um bocado,
E fico a olhar para Itaparica,
Lembro o estudo lá no passado,
E a juventude de vida tão rica.
Mas a riqueza não compra os dias,
Se não há dinheiro no cofre lunar,
E a morte vitima qualquer fantasia,
Seja do bem ou do mal que virá.
Sou de um Brasil sofrido e amargo,
Porque tudo aqui é só escravidão,
Pois não tinha escola ou livro doado,
E poucos de nós conseguia o pão.
Fazer faculdade só era pra nobres,
Pois tudo era longe ou na capital,
Mas tive a sorte de dias melhores,
Ao estudar quando abriu o portal.
Foi que então fui além de Vitória,
E o Espírito Santo foi como jardim,
Porquê Vila Velha fez arte na Glória,
E lá tive Urquisa sorrindo pra mim.
Mas tudo termina e vim pra Bahia,
Pois no Campo Grande o índio está,
Garcia e Canela me viam de dia,
Com a guia baiana e o meu patuá.
E assim vou vivendo pelas latitudes,
Seja aqui ou em qualquer lugar,
Mas contra o mal ou as ilicitudes,
Versado em jogral, se poeta é sonhar.
PELAS LATITUDES
Meus vários corpos são multi-facetas,
Dos climas que tanto mudam de lado,
Vivendo no trópico ou pelas sarjetas,
Ou mesmo na sede que mata o gado.
Me vejo ao Sol a fazer piruetas,
E até a lua faz coro ao meu lado,
Se a Terra angula o pião carrapeta,
Revendo a sombra no inclinado.
E seja no Plano ou no Lacerda,
Na diagonal ou olhando o espaço,
Vamos subindo a encosta da serra,
Lendo o jornal que já foi editado.
Vejo a baía ao andar um bocado,
E fico a olhar para Itaparica,
Lembro o estudo lá no passado,
E a juventude de vida tão rica.
Mas a riqueza não compra os dias,
Se não há dinheiro no cofre lunar,
E a morte vitima qualquer fantasia,
Seja do bem ou do mal que virá.
Sou de um Brasil sofrido e amargo,
Porque tudo aqui é só escravidão,
Pois não tinha escola ou livro doado,
E poucos de nós conseguia o pão.
Fazer faculdade só era pra nobres,
Pois tudo era longe ou na capital,
Mas tive a sorte de dias melhores,
Ao estudar quando abriu o portal.
Foi que então fui além de Vitória,
E o Espírito Santo foi como jardim,
Porquê Vila Velha fez arte na Glória,
E lá tive Urquisa sorrindo pra mim.
Mas tudo termina e vim pra Bahia,
Pois no Campo Grande o índio está,
Garcia e Canela me viam de dia,
Com a guia baiana e o meu patuá.
E assim vou vivendo pelas latitudes,
Seja aqui ou em qualquer lugar,
Mas contra o mal ou as ilicitudes,
Versado em jogral, se poeta é sonhar.