MEMÓRIA AFETIVA
Às vezes o meu coração congela
Se tornando um imenso iceberg
Precisando de um novo poema
Que como um machado o quebre
Às vezes o meu coração se acomoda
Se tornando uma duríssima rocha
Precisando de uma nova canção
Que a perfume como uma linda rosa
As vezes meu coração distraído, arde
Queima flamejantes cinzas em chamas
Quando um inquietante poema nasce
Numa madrugada solitária na cama
A poesia é a essência da memória afetiva
Marca, perfura, choca, quebra e queima
Dispara lembranças de momentos da vida
Mesmo a gente recusando, ela insiste e teima
Nos fazendo manifestar sentimentos absurdos
Ternuras escondidas, recordações subentendidas
Escava, desenterra, busca, descobre e encontra
Um despertar poético das memórias afetivas