Caixa de lembranças
Caixa de lembranças
Revisitando a caixa de lembranças,
Me encontro e desencontro, seja num abraço, numa foto,
Numa recordação de chuva, numa memória infantil.
Sinto que sou bem maior do que eu mesmo vejo,
Do que aquilo que me mostram.
Uma música velha para relembrar,
Citando um não tão velho verso:
“Na estrada o farol de quem se foi
Já não ilumina quando te beijar
Parece que a vida inteira esperei para te mostrar”
Fica uma saudade imensa, daquilo que não virou verdade.
Saudade daquilo que não tive e terei ainda,
De coração remendado, mas já não tão amargurado,
Procurando meu confete velho, que a tanto estava guardado,
Parece até um pouco mofado, pelos choros engolidos do passado.
Precisa de um ar novo pra recriar lembranças novas,
Resignificar coisas do passado, transformá-las em tradições que irão virar obras.
Essa caixa de lembranças que rescende a cinzas antigas
Precisa de tempo ao ar livre, para sair essa umidade.
Relembro do tempo em que queria ser livre, e agora eu sou,
Cheio de passados, que com eles fico todo carregado,
Preciso de memórias novas para aprender com os meus antigos fracassos.
Queimar uma foto, jogar fora um laço, guardar uma estrela,
Relembrar de um embalo na noite.
Reconfigurar uma vida nova,
Carrega-la de esperanças e lembranças novas.
O desejo é um só,
Seguir em frente como um só.