O DISCO QUE NUNCA OUVI
Nas manhãs ensolaradas
Abro a janela e observo os pássaros.
Ouço seus cantos reverberando
com o barulho dos carros.
Olho pra estante
E pego o disco que nunca ouvi
Na expectativa e ansiedade
De ser arrebatado por uma canção.
No encarte
Excelentes fotos dos anos 70
E no set list títulos interessantes
O disco é uma incógnita.
O disco que nunca ouvi
Carrega mistérios
Nuances conceituais
Mellotrons e címbalos.
É quando agulha repousa
No sulco da primeira faixa
Causando o ruído vibrante
Do velho e nostálgico vinil...
Revelam-se às lindas melodias
Que arrepiam, empolgando-me
E subitamente a energia cai
E mais uma vez tudo se desfaz...
O devolvo pra estante
Me arrumo pra sair
E me despeço
Do disco que nunca ouvi.