A MENINA E A FLAUTA
9° POEMA DA SÉRIE
" A MENINA DOS MEUS SONHOS"
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A MENINA E A FLAUTA
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Como era mavioso
O som que em minh’alma salta
E que tanto me fazia falta
Naquelas tardes depois do almoço
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Sentava-me bem-ditoso
Desprovido de qualquer alvoroço
E da melodia que se fazia tão lauta
Eu admirava a menina e sua flauta
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As notas iam surgindo com o tocar
De uma forma muito especial
Me sentia como marinheiro, um nauta
Navegando na imensidão do mar
Na versão doce ou transversal
Era tão bom ouvir o cantar da sua flauta
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Viajava na inebriante melodia
Tal qual os heróis da mitologia
Me sentia como um argonauta
Mas não precisava
Encontrar o velocino de ouro
Pois o mais valioso tesouro
Eu sempre achava
Quando a ouvia tocar sua flauta
O tempo passou
E a noite se fez alta
Ela não estava mais lá
Diante do meu olhar físico
Apenas diante do onírico
É que quando a saudade apertava
E sem nenhuma hesitação
Eu me transformava logo em astronauta
Eu ia lépido como a centelha
Para a mais cintilante estrela
Vê-la ofuscar a constelação
Com o brilho que irradiava da sua flauta
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© Leonardo do Eirado Silva Gonçalves
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