Versos

Quantos versos já escrevi

Sobre os momentos que vivi.

E que não quero esquecer.

Quantas vezes comecei a escrever.

Versos sobre momentos que ainda quero viver.

De todas as palavras

Apenas os rascunhos do que venho a ser.

Apenas os borrões de frases apagadas daquilo que desisti de querer acontecer.

Com os rastros de borracha

As memórias também se foram.

E sinto agora um espaço a ser preenchido.

Não sei se busco a alegria em outro riso

Ou o aconchego em outro abraço.

Me abro

Me entrego

Me quebro

E estrilhaço.

Depois me procuro e não me acho.

Me fecho.

Recuo

Me colo

E me recupero.

Me reergo valorado.

Um novo eu, regenerado.

Mas não deixo para trás as cicatrizes do passado.

Para que nunca esqueça o aprendizado.

Essas são marcas, como as talhadas na madeira.

Não existe o que esconda

Seja a borracha ou a seiva.

Mesmo que cobertas

Ainda existe um sinal.

De tudo é evitável

Manos o final.

Ricardo_Menezes
Enviado por Ricardo_Menezes em 12/06/2019
Código do texto: T6671240
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