Versos
Quantos versos já escrevi
Sobre os momentos que vivi.
E que não quero esquecer.
Quantas vezes comecei a escrever.
Versos sobre momentos que ainda quero viver.
De todas as palavras
Apenas os rascunhos do que venho a ser.
Apenas os borrões de frases apagadas daquilo que desisti de querer acontecer.
Com os rastros de borracha
As memórias também se foram.
E sinto agora um espaço a ser preenchido.
Não sei se busco a alegria em outro riso
Ou o aconchego em outro abraço.
Me abro
Me entrego
Me quebro
E estrilhaço.
Depois me procuro e não me acho.
Me fecho.
Recuo
Me colo
E me recupero.
Me reergo valorado.
Um novo eu, regenerado.
Mas não deixo para trás as cicatrizes do passado.
Para que nunca esqueça o aprendizado.
Essas são marcas, como as talhadas na madeira.
Não existe o que esconda
Seja a borracha ou a seiva.
Mesmo que cobertas
Ainda existe um sinal.
De tudo é evitável
Manos o final.