Anônimo Amor

Na terra o tempo é rei, dizia Gil.

No céu anil a estrela cintila, varonil.

No blues Robert Johnson viu o que ninguém viu.

Dizia Freud: os sonhos revelam o que você escondeu.

Meu coração anônimo bateu forte

naquele tchau que você não deu.

No sonho que sonhei tive sorte

você beijou e com teus lábios me prendeu.

Pelé falou com os pés o que o povo aplaudiu.

Roberto cantou o que todo mundo ouviu.

E eu, qual Raul, vivo até ao final meu drama

derrapando, qual Senna, nas curvas de uma bela dama.

Mas a dama de espadas vai flechar

o desenho ímpar do meu coração.

Na arquitetura perfeita de um Oscar.

No germinar de um grão.

Na "cortada olímpica" de um Negrão.

Venerável Beda
Enviado por Venerável Beda em 11/03/2018
Código do texto: T6276578
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