Aveiro

Aveiro é o grito matinal duma gaivota,

troando têmporas e o sentido intemporal;

Que, mais que o sol de Agosto, é derrota

de qualquer neblina matinal...

Fogo de Santelmo, anuncia:

- Arauto que vem de novo -

Dizendo o que se previa,

pelo silêncio da Ria,

pelo murmúrio do povo

A brancura da salina,

como a vela dum veleiro,

é filigrana em prata fina

no decote de menina...

à proa de um moliceiro

Suavidade ao jeito

de (a)braço de mar que me acalma

é como um amor perfeiro:

Uma fragrância na alma

Aveiro do meu moliço

fertilizante da vida

perco-me em tí... e é por isso

que não me sinto perdida

joana
Enviado por sfich em 30/08/2016
Reeditado em 15/06/2018
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