Aveiro
Aveiro é o grito matinal duma gaivota,
troando têmporas e o sentido intemporal;
Que, mais que o sol de Agosto, é derrota
de qualquer neblina matinal...
Fogo de Santelmo, anuncia:
- Arauto que vem de novo -
Dizendo o que se previa,
pelo silêncio da Ria,
pelo murmúrio do povo
A brancura da salina,
como a vela dum veleiro,
é filigrana em prata fina
no decote de menina...
à proa de um moliceiro
Suavidade ao jeito
de (a)braço de mar que me acalma
é como um amor perfeiro:
Uma fragrância na alma
Aveiro do meu moliço
fertilizante da vida
perco-me em tí... e é por isso
que não me sinto perdida