São Mateus do Espírito Santo (Cecitonio Coelho)
Vim aqui falar de minha terra e cantar o meu lugar
Contar suas estórias e memórias, que sei da saudade em mim
Quis até reinventar nosso tempo na roça, untando barro de tijolo na carroça
Tempo criança de pés no chão da bola de gude em nosso Porto antigo
Os amigos de pelada e pique esconde nas matinês no cinema velho aos domingos
Das missas e procissões com a Lira Mateense
Acordar cedinho e seguir a pé a caminho da olaria
Sama das enchentes no verão
Musa minha, a igreja velha dos pombos
São Mateus dos amores nas calçadas e pracinhas
O coreto de São Benedito e os sinos da catedral
Da pintura de Ciro Sodré à batuta dos Coelhos
Dos violões da serenata às alvoradas do sorriso
Da capoeira dos mestres ao berimbau e sua magia
Do som da rabeca ao jongo e seus tambores
Colégios e professores a formar doutores
Daquela gente que é minha também
Querer o retrato dos fotógrafos no futebol do Sernamby
Não há rima e nem relógio para o tempo
Em cada geração renasce a história
Águas se misturam na Barra Nova
E brasileiro é meu coquinho guriri
O luar na poesia, a mais linda de Joel Guilherme
Estou na feira do mercado, e como cresce minha cidade
Sou daqui e te sonho violão na varanda
Te vejo passando e sua alegria que me encanta
De onde eu vim Kiri Kerê é o rio
Rodava rolimãs na ladeira do besouro
O Ouro Negro na emoção dos calouros
E o meu coração cantando Serafim de Maurity