Num tempo
Num tempo em que frutos eram frutos.
Mais belos e mais cheios de vida.
Continham a essência digerida
pelos seres mais frágeis e mais brutos.
O gosto que deveras era gosto.
O ar que era puro e era vivo.
O lindo jasmim que era lascivo.
E o astro oriundo em um rosto.
De carnes e de plantas se vivia,
pois prejulgo não se tinha
de riqueza; o fruto da vinha
era o que valia o ninho da cotovia.
Um tempo com raios de cultura.
De flâmula, de vulgos, de verdes,
e jogavam no rio suas redes.
Tempo como o nosso, de fissura.
Num tempo em que frutos eram frutos.
Mais belos e mais cheios de vida.
Continham a essência digerida
pelos seres mais frágeis e mais brutos.
O gosto que deveras era gosto.
O ar que era puro e era vivo.
O lindo jasmim que era lascivo.
E o astro oriundo em um rosto.
De carnes e de plantas se vivia,
pois prejulgo não se tinha
de riqueza; o fruto da vinha
era o que valia o ninho da cotovia.
Um tempo com raios de cultura.
De flâmula, de vulgos, de verdes,
e jogavam no rio suas redes.
Tempo como o nosso, de fissura.