NOSTALGIA

Nesse dia de luz, observando as avenidas

Empoeiradas e as folhas secas nas árvores

Despedindo-se da vida para o encontro com a neblina,

Invadiu-me a saudade do perfume das flores!

Na senda dos caminhos percorridos pelos

Transeuntes, sinto o tempo nostálgico

Corroer as horas tardias sem compaixão ou apelo

E fico à deriva entre risos alegres e tristezas alógicas.

Percebo na imensidão dos sentidos

O clarão do dia velando olhares que se desfazem

Em rostos, por vezes, controvertidos,

Entre purezas dissimuladas que se comprazem.

Os mistérios permeiam os passos alvoroçados

Trazendo graves contrastes com as pegadas

Nostálgicas, dos tempos longínquos, adoçados...

Dos jogos de botões pelas calçadas.

Embalo-me então na poesia desejando

Amarrá-la nas ondas do vento, sem agonia,

Mas vejo meu sonho murchando

E mais um dia partindo em suave sinfonia.

Antenor Rosalino
Enviado por Antenor Rosalino em 13/12/2014
Código do texto: T5068123
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