NOSTALGIA
Nesse dia de luz, observando as avenidas
Empoeiradas e as folhas secas nas árvores
Despedindo-se da vida para o encontro com a neblina,
Invadiu-me a saudade do perfume das flores!
Na senda dos caminhos percorridos pelos
Transeuntes, sinto o tempo nostálgico
Corroer as horas tardias sem compaixão ou apelo
E fico à deriva entre risos alegres e tristezas alógicas.
Percebo na imensidão dos sentidos
O clarão do dia velando olhares que se desfazem
Em rostos, por vezes, controvertidos,
Entre purezas dissimuladas que se comprazem.
Os mistérios permeiam os passos alvoroçados
Trazendo graves contrastes com as pegadas
Nostálgicas, dos tempos longínquos, adoçados...
Dos jogos de botões pelas calçadas.
Embalo-me então na poesia desejando
Amarrá-la nas ondas do vento, sem agonia,
Mas vejo meu sonho murchando
E mais um dia partindo em suave sinfonia.