Em paz

Ainda que não reconheça,

Desejo que parta em paz

Pois é em minha memória

Que vive o que foi vivido

Teu jeito rabujo e querido,

Teus olhos cheios de história

Tachada de menina invisível,

Calada eu te admirava

Com tuas palavras brincava,

Buscando um ser mais audível

Nos doces que preparava,

No mundo que enfrentava,

Na dor que te encontrava,

Autêntica, de essência forte

Nos olhos que buscam falar,

No corpo que fala com o olhar,

Nas flores que sorri ao brotar -

A tudo isso não haverá morte

Mas por toda a tua história -

Que reterá na minha memória -,

Por todo o teu sofrido caminho

Jaz e revive o teu carinho

E ainda que não reconheça,

Desejo que parta em paz.

Tai Sant Ollem
Enviado por Tai Sant Ollem em 23/07/2014
Reeditado em 23/07/2014
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