Reencontro na Passarela...
Admirando o horizonte num fim de tarde
Perto da passarela do caranguejo, da praia
Enquanto o céu indeciso se chove ou não
Um graveto avistei e por impulso o sacralizei
Platônico o universo ideal de onde te chamei
Mundo sentimental, meu ego rabiscando a areia
Enquanto o céu precipitava gotículas ou mel
Gotinhas humildes bailando ao eco de um ideal
Lentes momentaneamente o foco confundiria
Ondas, o mar conceberia e na praia se desfaziam
Enquanto meu ser material um coração desenharia
Obra acerca de nós, temperada com nossas iniciais
Admirando tal feito com um flash o guardei
Flash que desmaterializou um ideal materializado
Na luta para salvar um momento tão real, tão ideal
Hoje, minha façanha ainda pode ser revista
Ou melhor, parte dela, apenas o que lentes viram
O original foi levado por ondas e pelo vento
Mas, sempre que lá retorno, lá perto da passarela
Cada onda que vejo; cada vento que sinto
Recordam nosso amor em eterno renascimento