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O limite do mar é o mesmo,

não houve redemoinho.

O hotel ainda está ali - é divertido ver a algazarra com que os hóspedes

desfilam para o público no palco. E é também

triste como os que assistem se esforçam por notarem suas bocas

[invisíveis.

À meia-noite o Reizinho fecha as suas portas

para um baile de carnaval... - incerteza precisa.

Assim o é a ausência do artista recordando alguém

[cantando!!!

Um bolero? Uma música de Roberto?:

"Quero que você me aqueça nesse inverno..."

de Caetano?: "Caminhando contra o vento..."

Não, é só a cantiga de um fã

que se recusou a deixar o quarto 366

do 3º andar, com vista para a piscina suja,

[agonizante, o poente dos suicidas!

Os resíduos de cerveja, coca-cola, salgadinhos

são os versos esquecidos que a orquestra não quis concluir...

E o ritmo musical se esvai na penumbra da noite...

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O corpete lustroso! Envolvente!...

Gemendo como sua dona, açoita a íris

[que contempla a maré.

* Vencedor do Concurso de poesias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2014, promovido pelo Núcleo de Arte e Cultura e pela Pró-Reitoria Estudantil.

Paulo Caldas Neto
Enviado por Paulo Caldas Neto em 16/07/2013
Reeditado em 29/09/2014
Código do texto: T4390015
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