PEÃO DE BOIADEIRO
O peão de boiadeiro
Na sua lida constante
Seguia como ponteiro
Repicando seu berrante.
Sua missão era levar
A boiada com segurança
O som do berrante a chamar
Inspirando confiança.
Mas isso foi no passado,
No tempo das grandes manadas,
Onde o transporte do gado
Era feito pelas estradas.
À noite, porém, a comitiva
Pra descansar, fazia sua parada,
Reinava uma alegria festiva
Ao som da viola ponteada.
A lida era dura, por certo,
Mas havia grande amizade
E a peonada, de peito aberto,
Cantava de felicidade.
Lembrando-se das namoradas
Que deixavam nas querências,
Suas lindas rosas perfumadas
Que choravam suas ausências.
Hoje está tudo mudado
Devido à evolução,
Todo transporte de gado
É feito por caminhão.
E assim do romantismo,
Da vida de boiadeiro
Abriu-se um grande abismo
Acabou-se peão estradeiro.
Graças à lei do progresso
O passado se perdeu de vista
Pra sobreviver ao processo
O peão virou motorista!
Daniel L Oliveira - Ilha Solteira/SP - 03/04/2013 – 14:34h