Infância *
O cansaço nos arrebatava.
O sono era intenso, profundo.
O mundo todo dormia e num segundo,
acordava - era um tempinho de nada.
Café com leite e pão,
nas canecas de alumínio, amassadas.
Pão picado e comido com colher, e rápido.
Depois das canecas empilhadas na pia, a correria.
E lá íamos nós, outra vez, com uma roupinha à-toa
e pés descalços, virar o mundo pelo avesso.
- Bença mãe! - Bença mãe! - Bença mãe!
- Não quero saber de brigas, nem de confusão!!!
- Tá bom, mãe!!! -Tá!!! - Tá!!!
- O último que sair é mulher do sapo!!!
Era só abrir a porta...
Lá fora um dia, novinho em folha, esperava por nós:
O mundo inteiro, era nosso...
*Homenagem ao dia das crianças. Aqui um pedaço, pequenininho, dos meus tempos de criança, lá em Passa Quatro - MG.