Foto de Feitosa dos Santos - Por do sol Rj
SAUDADE QUE NÃO SE VAI
Lá nas terras dos tapuias,
Eu nasci e me criei,
Quando tinha vinte anos,
Do aconchego arribei,
Como o pássaro jaçanã,
No claro da antemanhã,
Do meu recanto mudei.
Na busca do que, não sei,
Mas seguia o meu destino,
O meu caminho traçado,
Pela mão do Deus divino
Ele chamava e eu ia,
Com coragem e galhardia,
Seguindo a fé e o tino.
Na estrada fui sumindo,
Para trás, a minha gente,
Minha terra muito verde,
Agua nos rios correntes,
Os canários nas palmeiras,
Sabiás nas laranjeiras,
Pra mim nada indiferente.
O estradão pela frente,
Parecia-me não terminar,
Finda o dia, chega à noite,
Com ela a vontade de chorar,
A estrada? Creio que esticava,
Quanto mais a gente andava,
Mais estrada a alcançar.
O destino eu vou buscar,
Era o meu pensamento,
Olhava para o infinito,
Alcançava o firmamento,
Longe, as pessoas que deixei,
As coisas que tanto amei,
Para mim era um tormento.
Eu ia de encontro ao vento,
Carregando a emoção,
Deixei pra trás uma vida,
Seguindo na contramão,
Os desejos de meus pais,
Sem criticá-los jamais,
Fui de encontro à paixão.
Bateu forte o coração,
Quando na metrópole entrei,
Tudo gigante e diferente,
Das coisas que lá deixei,
Não ouvi o canto da passarada,
Os gritos, para tanger a boiada,
Sentei num canto e chorei.
Mesmo assim não afrouxei,
Nem mudei de opinião,
Sempre quis seguir a frente,
Fosse qual fosse o rojão,
Se o cabra é bom não chora,
Vive o aqui e o agora,
Sem maior complicação.
Quando volto ao meu torrão,
Sinto a profunda alegria,
Invadindo o meu peito,
Envolto em melancolia,
Em saudades e lembranças,
Nos caminhos das andanças,
Já não vejo mãe Maria.
Sinto grande nostalgia,
Das conversas e brinquedos,
Dos conselhos que me dava,
E guardava os meus segredos,
Baixo o rosto, as lágrimas cai,
Por saudades dos meus pais,
Vivo assim, novos degredos.
Embora eu não sinta medo,
Em querer me aventurar,
Transformei o meu desterro,
Em aconchego no lar.
Um recanto que irradia,
Muito amor e harmonia,
Para deles, me lembrar.
Então por que não chorar,
Lembrando os fatos da vida,
A gente simples de outrora,
Nossas tarefas cumpridas,
Nossos pais, nossos irmãos,
Parentes, amigos de coração,
Histórias por nós vividas.
São coisas da minha vida,
Lembrança do tempo ido,
Momento que não tem volta,
Mas que não fora perdido,
Do tempo sou passageiro,
Aprendi muito e ligeiro,
E nada foi esquecido.
Rio, 04/08/2012
Feitosa dos Santos
SAUDADE QUE NÃO SE VAI
Lá nas terras dos tapuias,
Eu nasci e me criei,
Quando tinha vinte anos,
Do aconchego arribei,
Como o pássaro jaçanã,
No claro da antemanhã,
Do meu recanto mudei.
Na busca do que, não sei,
Mas seguia o meu destino,
O meu caminho traçado,
Pela mão do Deus divino
Ele chamava e eu ia,
Com coragem e galhardia,
Seguindo a fé e o tino.
Na estrada fui sumindo,
Para trás, a minha gente,
Minha terra muito verde,
Agua nos rios correntes,
Os canários nas palmeiras,
Sabiás nas laranjeiras,
Pra mim nada indiferente.
O estradão pela frente,
Parecia-me não terminar,
Finda o dia, chega à noite,
Com ela a vontade de chorar,
A estrada? Creio que esticava,
Quanto mais a gente andava,
Mais estrada a alcançar.
O destino eu vou buscar,
Era o meu pensamento,
Olhava para o infinito,
Alcançava o firmamento,
Longe, as pessoas que deixei,
As coisas que tanto amei,
Para mim era um tormento.
Eu ia de encontro ao vento,
Carregando a emoção,
Deixei pra trás uma vida,
Seguindo na contramão,
Os desejos de meus pais,
Sem criticá-los jamais,
Fui de encontro à paixão.
Bateu forte o coração,
Quando na metrópole entrei,
Tudo gigante e diferente,
Das coisas que lá deixei,
Não ouvi o canto da passarada,
Os gritos, para tanger a boiada,
Sentei num canto e chorei.
Mesmo assim não afrouxei,
Nem mudei de opinião,
Sempre quis seguir a frente,
Fosse qual fosse o rojão,
Se o cabra é bom não chora,
Vive o aqui e o agora,
Sem maior complicação.
Quando volto ao meu torrão,
Sinto a profunda alegria,
Invadindo o meu peito,
Envolto em melancolia,
Em saudades e lembranças,
Nos caminhos das andanças,
Já não vejo mãe Maria.
Sinto grande nostalgia,
Das conversas e brinquedos,
Dos conselhos que me dava,
E guardava os meus segredos,
Baixo o rosto, as lágrimas cai,
Por saudades dos meus pais,
Vivo assim, novos degredos.
Embora eu não sinta medo,
Em querer me aventurar,
Transformei o meu desterro,
Em aconchego no lar.
Um recanto que irradia,
Muito amor e harmonia,
Para deles, me lembrar.
Então por que não chorar,
Lembrando os fatos da vida,
A gente simples de outrora,
Nossas tarefas cumpridas,
Nossos pais, nossos irmãos,
Parentes, amigos de coração,
Histórias por nós vividas.
São coisas da minha vida,
Lembrança do tempo ido,
Momento que não tem volta,
Mas que não fora perdido,
Do tempo sou passageiro,
Aprendi muito e ligeiro,
E nada foi esquecido.
Rio, 04/08/2012
Feitosa dos Santos