Meu último desejo
* Publico com propriedade este poema que não foi escrito por mim. Um poema escrito por Alceu Ângelo, meu tio, já falecido e que ninguém mais possui cópias ou o original, e que guardei em minha mente por tantas vezes utilizá-lo nos Sarais dessa vida.
Versos belos e profundos cuja lenda reza que às portas da morte em razão de uma doença contagiosa, que Tio Alceu Ângelo suportou na clausura de seu quarto, deixando tais versos aos que o amaram e aos que o abandonaram. Penso eu que também o tenha feito a deixar a alguém especial.
Ratifico entre lágrimas que por tanto conviver com estes versos, eles vieram a tornar-se parte do que sou e do que sinto.
Wellington Cruvinel
Meu último desejo
Alceu Ângelo
Eu sei que a vida lentamente me abandona,
E dentro em breve, nunca mais eu te verei.
Eu sei que tudo a de acabar indiferente
E de ti, esquecido, para sempre eu ficarei.
Levo saudades dessa vida em primavera,
De um beijo puro que não pude te ofertar,
De um sonho lindo, uma esperança,
Meu coração que viveu sempre a te adorar.
E se algum dia te lembrares desse afeto,
E os teus olhos pousarem em minha solidão,
Leia estes versos que a ti eu ofertei,
Anjo dileto. E alcançarás algum dia,
O meu perdão.