NAS CURVAS DA ESTRADA DE SANTOS
Dei muitas derrapadas.
Cantei pneu. O motor
quase fundiu.
O meu amor quase fugiu.
Com um bacana.
Que tinha um conversível.
Mas choveu.
E ele se lascou, tadinho.
Encolheu.
Meu corcel era da hora.
E, sem demora, ouvia
a Jovem Guarda.
Sem radar, sem polícia,
era uma delicia subir a serra.
Fim de domingo. Radiador bufando.
Feliz quem tinha fusca.
Ferver não fervia.
Ar não ferve só esquenta.
O que mais me alimenta a lembrança
é saber que primeiro a gente descia.
Descer, qualquer um descia.
A vida é meio assim.
A gente bufa na subida. Ferve.
Troca pneu. E depois
desce..............................
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absolutamente frio.