MINHA TERRA.
( À Enseada do Paraguaçu )
Lembro-me de tuas castanheiras,
Das majestosas amendoeiras,
Do sabiá, do cardeal;
Do bem-te-vi, do bacurau
E das graciosas lavandeiras.
Recordo-me de ti, ó, terra querida!
Fostes a luz a luz de minha vida;
Os meus sonhos do futuro;
Os meus passos inseguros
E a tristeza da partida.
Ainda penso em ti Madalena:
Mas que não reparavas em mim, ó, que pena!
Dotada de soberba e vaidade;
Orgulho e futilidade,
E de alma vazia e pequena.
O badalar do sino da catedral;
Do velho reverendo Nicolau;
Ainda não esqueci nem um pingo;
Ia à missa nos dias de domingo,
Com meu uniforme tradicional.
Das noites lindas de luar:
Do Fernando, da Cristina e da Iramar.
Das brincadeiras de infância;
Da felicidade em abundância
E do incrível medo de apanhar.
Hoje estou muito distante;
Vivendo em um mundo angustiante;
Cheio de desamores e desencontros,
De conflitos e confrontos,
Mas não esqueço de ti, um só instante.