Foto de Feitosa dos Santos

SOB AS ASAS DA INFÂNCIA

Na lerdeza do tempo que passava,
Na demora da tardinha que caía,
A cor sépia no céu se espalhava,
Atrás do monte o sol se escondia.
 
Penetrava no peito a melancolia,
No céu o manto negro da noite,
Cá em mim o peito se trancava,
Ouvindo lá fora da brisa o açoite.
 
Despedia-me do ocaso: boa noite,
A mercê do sono ao quarto seguia,
Nos braços de Morfeu me entregava,
E acordava nos braços do novo dia.
 
Em devaneio a boca que sorria,
Em sonho, pelo campo eu andava,
Embora o corpo inerte sobre o leito,
Minha alma sobre o bosque vagava.
 
Nas asas do tempo a mente pairava,
A melancolia o meu peito ia abrindo,
À tona, belezas da minha infância,
Distende meus lábios, vou sorrindo.
 
                         Rio, 11/07/2012
                       Feitosa dos Santos