universo
bem antes da escola,
lembra a mãe ter falado
da floresta de palavras.
dizia-se uma mata fechada.
coisas ainda exóticas.
balbuciava, talvez sussurrava
um trato, uma cumplicidade:
jogo entre palavras.
e como um desenho de rios
Insinuava palavras, como chaves
que levavam a outras palavras.
fechada a lição, ia dormir
e volta e meia se debruçava
sobre densos jardins seduzindo
quem os adentrava.
como um altivo caçador
de borboletas se imaginava:
aquela redinha e tudo.
no mundo dos seus sonhos,
ou melhor, mundo das palavras,
caçava letras.
se palavreava
no palavrão da floresta.