Maria Fumaça
A Maria Fumaça
deixou a estação,
apitando e cuspindo
fumaça e carvão.
Ganhou força,
disparou
e pelos trilhos
deslizou.
Cruzou a várzea,
rapidamente
e apitou,
bem estridente.
A ponte suspensa
atravessou
e o riacho
pra trás deixou.
Cortou o vale,
velozmente,
esfumaçando
o sol poente.
Enfim chegou
à nova estação,
fumegando
que nem fogão.
Estacionou
impetuosa,
com sua sirene
escandalosa.
Se esvaziou,
lotou a seguir,
seguiu viagem
a se esbaforir.
Seu apito estridente,
de novo se ouviu
e entre as montanhas
depressa sumiu...