Chuva

As chuvas chegaram

nas águas de março

que sempre caem

com estardalhaço.

Reluz o raio

rasgando o céu,

água caindo

em mundaréu.

Estronda o céu

ao rugir o trovão,

água caindo

em farta porção.

O vento soprou

abrindo a janela,

goteira pingou

e apagou a vela.

Caiu a chuva,

lavou o quintal,

o lençol molhou,

derrubou o varal.

Água caindo

torrencial,

chegou à escada,

subiu um degrau.

Água caindo

em manancial,

alcançou a varanda,

tombou o jirau.

Ganhou a despensa,

encharcou o chão,

rato correndo

em aflição.

Atingiu o bueiro,

estourou a calçada,

barata fugindo

desesperada.

Foi na enxurrada

folha caída,

veio com ela

lama fedida.

Foi chuvarada

por todo o dia,

até quase a hora

da Ave Maria.

A chuva estiou,

enfim se esvaiu,

e o arco-íris

no céu surgiu.

Na rua brincando,

a meninada

pulava nas poças,

alvoroçada.

E muitos barquinhos

de branco papel,

fizeram São Pedro

sorrir lá no céu!

Aleki Zalex
Enviado por Aleki Zalex em 08/10/2010
Reeditado em 12/12/2010
Código do texto: T2544169
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