Cores
Bom dia!
Suavemente chega o despertar da aurora
trazendo com ele a caixa mágica de cores
Ponho-me de pé.
O copo de leite branquinho
forra-me o estômago
mas não alimenta meu espírito
ainda cinzento
E eu tenho fome
Muita fome de gente
Daquelas bem alegres
Que tem as bochechas coradas, rosadas
Que ajudam-me a colorir o meu dia
Logo vem a lembrança
Da simplicidade que outrora eu vivia.
Em mãozinhas pequenas eu carregava
Tudo aquilo que me bastava:
Papel, massinha, pincel,
Lápis de cor e cera...
Foi assim que eu
Desenhei, moldei e pintei
minha infância querida
Boa tarde!
Ao sol dessa cidade que tanto castiga
Não, não! Nada de reclamação!
Pois estas só desbotariam o poema.
Branco e Preto
Entende-se logo
A mocidade chegou...
Tempo em que tudo parece
Andar lado a lado
Alegria e tristeza
Amores e dores
Arco-íris no fim de tarde
Uma infinidade de cores...
No peito tenho sentido e visto
Pigmentos vermelhos de uma paixão
Fervorosa, desesperada, vulcânica
Com o risco do lápis, surge o desprezo
São pessoas que não sabem amar
Recortes de um pálido azul
assentam-se no meu rosto
Cores passageiras.
Boa noite!
O céu de prata estrelado,
De imediato pintou a saudade
Alaranjada, feito luz de porte
Que clareia a rua até o amanhecer
Fotografias tão cheias de vida
Cartas escritas com canetinhas coloridas
A parede com sua tinta
Velha e surrada
Querendo por si só descascar
As cores me dizem
A hora certa pra recomeçar
Com o pincel entre os dedos
Eu decido, as cores que vou usar.