A menina e a rede
Na minha varanda, tenho
Uma rede de algodão.
Me balanço num vai e vem,
Firmando os pezinhos no chão.
Será ela uma rede mágica,
Indo e vindo de lá para cá?
Se eu caio, a cena é trágica,
Mas não deixo de balançar.
Nela também me descanso,
Depois de muito brincar.
Então devagar me balanço,
Cantando canções de ninar.
Quando me canso, recolho
Meus pezinhos do chão.
Deito na rede e me encolho,
Abraçada ao coração.
Às vezes, fico pensando:
Será que há alguém escondido?
Que empurra de vez em quando,
A rede a brincar comigo?