Emaús
No primeiro dia antes do cair da tarde,
Abandono a segurança da comunidade.
Não consigo entender teus planos.
Tristeza e frustração ferem o meu ego.
Sinto-me enganado e por ti traído.
Meus Deus, onde estás?
Não enxergo tua salvação.
Tu te aproximas, íntimo de outrora.
Inda que não te reconheças agora.
Caminhar ao meu lado não te nego.
O desanimo embaça minha visão.
Tenho medo de ficar só na escuridão.
Reconta-me tua história.
Dita-me o ritmo do teu caminho.
Tua palavra faz arder meu peito,
Mas, renego o que sinto por despeito.
Pra quem não quer ver, toda prova é inútil.
Então, tu finges me deixar.
E eu confesso de ti precisar.
Tu te assentas ao meu lado
E a benção da partilha me ensinas.
Dos meus olhos caem escamas.
Contemplo-te face a face.
Tu não te aprisionas e desapareces.
Na mesma hora volto para casa
E retomo com fervor o meu caminho.
Pra quem faz de ti experiência,
Não existe noite demasiada escura.
Emaús é aqui.