As sete palavras da cruz

ANGÚSTIA

A palavra que segreda o esquecido.

A dor do Pai, o filho que criastes.

Toma de conta, a mente vil e insana,

o que de mau traz, a natureza humana.

Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes?

AFEIÇÃO

Sem gestos, a Mátrea aos seus pés chora,

olhando aquele céu quase sem brilho.

O coração da pobre mãe que tudo assiste.

O corpo quase sem forças, ainda resiste.

Mulher: eis aí, seu querido filho.

PERDÃO

Ali se encontra o Deus crucificado,

numa vil e terrível solidão.

Roga-lhe ao Pai para que não os destrua.

Inconsequente conduta que hora atua.

Devolva-lhes em troca, o perdão.

SALVAÇÃO

O corpo do inocente e imaculado Mestre.

Posto em meio a dois incircuncisos.

Um, reconhecendo a lei do mau julgado.

Seus pecados, deveras, estão perdoados.

Hoje mesmo habitarás comigo o paraíso.

SOFRIMENTO

Eis na cruz o Principe da paz,

a quem a humanidade tanto O condenou.

Ferido e abatido, o coração da Madre.

A água tão clara, se transforma em vinagre.

Na sexta hora da tarde o Mestre expirou

CONTENTAMENTO

Aos coxos e aleijados, o Cordeiro,

expressou o seu amor irrestrito.

Na cruz do calvário foi pregado.

O pecado do mundo, então perdoado.

Pai, a ti entrego o meu espírito.

VITÓRIA

E jaz o Mestre, agora preso ao madeiro.

Uma lança fere o corpo já magoado.

Momento horrendo e tão aviltante.

Ascende o rosto ao céu naquele instante.

De certo, tudo está consumado.

genesis
Enviado por genesis em 11/04/2013
Reeditado em 12/04/2013
Código do texto: T4235263
Classificação de conteúdo: seguro