MÃOS

De mãos erguidas

Ao firmamento.

Quanta guerra?

Enuvia o pensamento.

De quem na terra

Devia crescer há vida.

De mãos abertas há morte.

Enuviado em constante duvida

Anda o homem à sua sorte.

De mãos ao seu semelhante, fechadas!

Açambarca o homem a sua ganância.

Deixando na terra as suas garras vincadas

Como marcos da vivida ignorância.

E porque mãos! Ainda são somente garras!

A vidas acorrentadas.

Longe distam as amarras

Que deram há vida as mãos criadas.

Mãos! Porque não tendes já movimentos permissíveis?

Se o tempo, já deu tanta luz a mãos de fraternidade.

Até forças e saber, para alcançar as mãos invisíveis

Que de toda a eternidade

Comandam as terrenas marionetas.

Que de mãos a tudo erguidas.

Tentam vencer as planetárias metas

Que o saber vai dando conseguidas.

Consoante o tempo abre espaço

Por zonas nunca dantes atingidas.

Neste universal abraço.

Que se vai alargando pelo desconhecido.

Abrindo e fechando mãos.

Até que o movimento seja por todos obedecido.

E se abram a todos de vez as mãos havidas

Que na usura vêm entesourando insensíveis.

Ao sofrimento de outras vidas.

Neste todo de vidas perecíveis.

Mãos calejadas!

Na liberdade oprimidas.

Labutam escravizadas.

À engorda da pança dos mandantes.

Porque os mesmo, criaram barreiras intransponíveis.

Que nos vão deixando no tempo distantes

Dos já por alguns mais altos merecidos níveis.

Mandante! E porque na terra só a ti cresceste. Rastejaras vidas e vidas. Por anos luz, que nunca vislumbraras. Tão atolado rastejaras por entre o nevoeiro dos gazes do entulho que a ti cobiçaste. E com garras gananciosas açambarcaste.

eduardohenriques
Enviado por eduardohenriques em 28/12/2012
Código do texto: T4056638
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