Chorar, rir, amar
Ao autor da minha vida
I
Procurei-te no céu, não estavas lá
Busquei-te na terra, também lá não estavas
Fui ao mais alto monte, não te achei
No mais fundo mar eu esperava te encontrar
Mas entre peixes e algas não consegui te achar
Perguntei aos homens, mas de ti não sabiam
Procurei-te nos livros, mas foi em vão
Perguntei ao universo, não sabia onde estavas
(...) então chorei
II
Na verdade eles todos sabiam de ti
Mas quiseram ver meu procurar
Só assim poderia te encontrar de verdade
O sol se pôs, a noite veio, o dia nasceu
Vendo o céu azul, a terra onde eu pisava
Os altos montes, o mar tão fundo
Homens, livros, natureza e universo
Eu pude te contemplar em todo esse conjunto
(...) então sorri
III
Tudo agora faz sentido para mim
Vejo o quanto fui ingênuo
Não precisava procurar-te longe de mim
Pois todos os dias estás comigo
Ao meu lado, nas alegrias e tristezas
És na verdade meu grande amigo
Amigo que mora dentro do peito
que toma conta de mim
(...) então eu te amei
IV
Agora que te conheço de verdade
Não de enganos, nem de ilusões
Jamais vou querer me afastar de ti
Agora que sei que fazes parte de mim
Não posso e nem quero retirar-te de minha vida
Pois se assim eu fizer morrerei
assim como morre a flor sem água
Sem dedicação e sem amor
(...) chorei, sorri, sempre te amarei
Ibnéias Costa da Silva, sem data.