Amizade

Ao me mostrar o teu rosto

E me revelar o que tu fazes,

Demorei-me contigo

E me fizeste teu amigo.

Eu, porém, cochilei na tua angústia;

Com um beijo te traí;

Quando me prenderam,

Nu eu fugi;

Aquecendo-me na fogueira,

Para os criados te neguei,

E desconhecer-te eu fingi.

Mas, eu voltei atrás.

Fiei-me em tua mãe.

Corri atrás de ti.

Segui-te na via-crúcis.

Não carreguei teu fardo,

Mas eu estava lá.

Quando te crucificaram,

Aos teus pés eu quis estar.

Tua mãe fizeste minha:

Não há maior amor...

Que dar a vida por um amigo.

E quando eu ainda envergonhado comigo

Pelo mal que lhe causei

Tu vens e por três vezes me perguntas:

“Tu me amas?”

Como não te amar?

Tu que sabes tudo,

Tu sabes que eu te amo.

Frei Michel da Cruz
Enviado por Frei Michel da Cruz em 23/12/2010
Código do texto: T2687925
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