O QUE ESPERAR
o que esperar
de um poeta cético,
agnóstico
pernóstico?
sem musaíba?
sem nenhum tostão?
que vos ame e odeie?
invoque o vosso perdão?
não tenho mais
o borbulhar do gênio varonil.
não sou mais
o poeta de alma gentil.
ando tão morgado de tudo,
para que vieste aqui
ver-me assim
tão proustituto?!
ver-me assim
tão maldizente?
ver-me assim
tão indescrente?!