Babalon, Mãe do Sangue

Babalon, prostituta sagrada,

Cálice onde fermenta o sangue dos deuses,

Teu ventre é o abismo,

Teu toque, a ruína da moralidade.

De joelhos ante ti, renuncio à cruz,

Ao deus que sangra em prece,

Ao profeta que prega sob o véu da submissão.

Não busco redenção,

Somente o fogo que queima nas entranhas,

Onde o suor da carne se mistura ao grito,

E cada gemido é um hino à tua glória.

Teu corpo, templo profano,

Onde os santos se tornam bestas,

Rasgando o véu da decência,

Devorando a inocência com sede insaciável.

Na tua taça, bebo o veneno da liberdade,

Renego o dogma, renego o pecado.

Não há culpa no prazer,

Somente o êxtase do eterno caos,

Onde a carne e o espírito se encontram,

Rasgando os céus com luxúria,

E cospe na face dos santos.

Ó Mãe da Desgraça,

Tua voz é um eco que enlouquece os fracos,

Mas aos fortes, revela a verdade nua,

Que o paraíso é um delírio dos oprimidos,

E o inferno, o lar dos ousados.

Que venham os deuses da culpa,

Os profetas da condenação,

Pois nas tuas chamas, Babalon,

Somos imortais,

Livres na perversão,

Amantes do caos e da destruição.

Cleyton Berkaial
Enviado por Cleyton Berkaial em 14/09/2024
Código do texto: T8151187
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