Babalon, Mãe do Sangue
Babalon, prostituta sagrada,
Cálice onde fermenta o sangue dos deuses,
Teu ventre é o abismo,
Teu toque, a ruína da moralidade.
De joelhos ante ti, renuncio à cruz,
Ao deus que sangra em prece,
Ao profeta que prega sob o véu da submissão.
Não busco redenção,
Somente o fogo que queima nas entranhas,
Onde o suor da carne se mistura ao grito,
E cada gemido é um hino à tua glória.
Teu corpo, templo profano,
Onde os santos se tornam bestas,
Rasgando o véu da decência,
Devorando a inocência com sede insaciável.
Na tua taça, bebo o veneno da liberdade,
Renego o dogma, renego o pecado.
Não há culpa no prazer,
Somente o êxtase do eterno caos,
Onde a carne e o espírito se encontram,
Rasgando os céus com luxúria,
E cospe na face dos santos.
Ó Mãe da Desgraça,
Tua voz é um eco que enlouquece os fracos,
Mas aos fortes, revela a verdade nua,
Que o paraíso é um delírio dos oprimidos,
E o inferno, o lar dos ousados.
Que venham os deuses da culpa,
Os profetas da condenação,
Pois nas tuas chamas, Babalon,
Somos imortais,
Livres na perversão,
Amantes do caos e da destruição.