A ardência e leniência das penitências.
Venha como um míssil apontado…
Venha, como um sol desenfreado…
Venha como um ser alado,
A rastrear o meu ponto fraco
E a invadir o meu aeroporto…
Venha qual desejo desregrado…
Venha a atacar-me todos os lados…
Venha, atender os meus agrados…
E asfaltar meu desconforto.
Venha, bombardear minha casamata…
Venha tornar-se a bala de prata,
A destruir meu vampirismo…
Venha, assenhorar-se da minha alma…
E devolver-me a minha calma
E bombardear meu pessimismo…
Venha remeter-me a inocência…
Venha reavivar-me a lúdica infância…
Venha a arrebatar-me a arrogância..
Venha inserir em mim o ocultismo…
Venha dar-me noção de eternidade,
Venha sofisticar minha elegância,
Venha destile em mim tua ganância,
Venha ser-me a pretensa sanidade…
Venha dar-me mérito, sem verniz…
Venha dar-me plena dignidade,
E traga contigo a Flor de Lis,
Venha na fugaz garupa da felicidade,
Venha, o quanto antes, me fazer feliz!