Pelos “entre mundos”… até lá…

 

Deve haver um lugar…

Entre o céu e a Terra, entre a paz e a guerra,

Entre a lua e o mar.

Deve haver um lugar…

Aquele em que tanto penso, entre a razão e o bom senso,

Onde o lema é “só amar”.

Deve haver um lugar…

Entre o sorriso e o pranto, entre a lucidez e o encanto,

Entre o profano e o altar,

Entre o Olimpo e os andores, entre o alívio e os pendores,

Entre a ermida e o bar.

Deve haver um lugar…

Entre os reis e os vassalos, entre automóveis e cavalos,

Entre o crepúsculo e o luar.

Entre a luz e as trevas,  entre paragens com reservas,

Entre o umbral e o Nosso Lar.

Deve haver um lugar…

Entre o bonde e o trem bala, entre a fazenda e a senzala,

Deve haver algum lugar,

Onde a consciência não grita, onde o desamor não tramita,

Deve haver esse lugar.

Entre o Éden e o inferno, entre o íntimo e o externo,

Onde a peleja vai se dar.

Deve haver um lugar…

Entre o verão e o inverno, entre os braços do Pai Eterno,

Por onde vamos um dia, você de longo e eu de terno,

Livremente vadiar.

Ah sim... há de haver esse lugar!