Nas teias da incompletude.

 

Ainda existe tanto de você em mim,

Como um carma, uma obsessão sem fim,

Uma impregnação, por demais, fabulosa…

Ainda sinto a fragrância do carmim,

Da tua boca me beijando, num inconteste sim,

Naqueles instantes regados a versos e prosas.

 

Ainda persiste com força a tua lembrança, 

Ainda soa, retumbante, a tua voz tão mansa!

Ainda insiste em incidir o teu olhar, no meu olhar…

Ainda o meu ciúme, sem lume, avança, 

E assim, um final triste, a insensatez alcança,

Qual iludidos grãos de areia invadindo o imenso mar. 

 

Eu sempre quis ter-te além dos meus  sonhos, 

Além dos versos que infeliz componho,

Além da dor, do mundano gostar…

Assim, genuflexo, literalmente, me ponho.

E o que agora aturdido te proponho,

É que em nome do amor, ousas voltar.

 

E será todo festa, o meu coração, 

Meus olhos, lâmpadas frenéticas a mudarem de cores, 

Meus desejos, enfim, terão vazão, 

Juntinhos aos teus se perpetuarão,

Nos férteis aconchegos, da insinuante estação das flores.