NO PRINCÍPIO DAS ÁGUAS
Andava em meio a escuridão
Sem forma, que só o vazio podia me representar,
Em mim ecoavam as trevas e nem sequer um clarão
Poderia me tocar.
De repente, Houve Luz,
E a Luz iluminou Aquilo que estava a acobertar,
E vi o quão a Luz é Boa, que nada traduz
A Dádiva de poder enxergar.
Luz e trevas pude perceber
E cada qual no seu devido lugar está,
Nessa dualidade Aquela que reluz poderá abater,
Qualquer sombra que em mim há.
Na Vida, sou uma mera Viajante,
E viajo como uma desbravadora dos Rios e do Mar;
Não sei o que virá adiante,
Mas, sei que o Vento está a me guiar.
Olhando ás águas que pelo rio passavam,
Resolvi o meu barco naquelas águas lançar;
Deixei que o Vento fosse me guiando,
Deixei que o Vento o pudesse soprar.
Se meu barco for de papel
Certamente nessas águas dissolverá,
Mas, se o for madeira de Cedro, verás quão valioso e Fiel
É a Pureza no que Há.
Aqui essas águas ora formam um tormento,
E navego na água que em mim está;
Vejo-a acima e abaixo do firmamento,
Mas sei que é no Firmamento onde ela se acalmará.
Olhando o firmamento
Uma Pomba vejo Voar;
Paro, e aprecio esse portento,
Imaginando ela no meu Ser a repousar.
Voltando a olhar o mar,
Ao longe avisto a parte seca,
E dela começo a me aproximar;
Desembarco e percebo que talvez nessa terra eu me perca.
Mas, caminhando por esse chão
Deixei que a vegetação pudesse me tomar,
Tomando-me surgiram os frutos como num clarão,
Dando mais Beleza ao Pomar.
Porém, estafei de por essa terra andar,
Agora seguirei para aonde o vento está soprando,
Sinto que é hora de voltar ao mar,
Sinto que devo continuar velejando.
As águas muito balanceia
O barco que está me esperando,
Adentro sem pensar no que essa viajem anseia,
Agora seguirei e mergulharei no meu Oceano.
Gratidão!
Poema escrito ao som de <https://www.youtube.com/watch?v=8Buw7FtmMLU>