MITOS E DONOS DA VERDADE

MITOS E DONOS DA VERDADE

 

Ao pensar no frio da caverna,

Fui além e me vi sendo ela,

Mas um dia andei sobre a terra,

E pensei em olhar da janela.

 

Sobre ela disseram os antigos,

Desde que compararam com a mãe,

E assim vi brotar de um umbigo,

Orixás que são seus guardiães.

 

Vi Oxóssi caçando no mato,

E Omolu sacudindo a poeira,

Vi Ewá como a névoa de fato,

Ou Oxum a beirar cachoeira.

 

Nos caminhos me vi com Ogum,

E nas encruzas Exu me espera,

Tendo folhas Ossaim é mais um,

E no barro Nanã se empodera.

 

Com seu Opaxorô vem Oxalá,

Enquanto Iansã quer ter Odé,

Mas também logo vem Yemanjá,

Carregando consigo o abebé.

 

Nesse imbróglio eu vejo Xangô,

Carregando o machado de rei,

Mas foi Oxumarê quem falou,

Que só Zambi é fonte da lei.

 

Só o inefável governa orixás,

Como o mundo daqui e o além,

E enquanto eu tomo o meu chá,

Me guardo no Axé que faz bem.

 

Mas não se preocupem, compadres!

Tudo que for do bem nos ajuda,

Desde quando sejamos confrades,

Ou por ter Fé cristã e em Buda.

 

Só não esqueça de que a verdade,

Pode estar até mesmo no ateu,

Pois importa somente a bondade,

E o respeito ao meu e ao seu.

 

Desde quando o corpo é templo,

E você cuida dele com esmero,

Viverás com o tempo e o vento,

Ou até com o raio ou martelo.

 

Cada etapa tem mitos e heróis,

Mas também há donos da verdade,

Pois há sonhos e tantos lençóis,

Como a idéia de haver castidade.

 

Mas o casto é quem nada viu,

Ou até mesmo não vivenciou,

Como águas que correm no rio,

Mas na beira mar não chegou.