Ambulante

Há um alto falante

Em meu teto de vidro

E do lado da estante

Há um fantasma perdido

Já no quarto, a gestante

Dorme um sono aturdido

Pois seu sonho ambulante

Paira aquém do marido

Pois, seu sono distante

Traz consigo ruídos

Disfarçados de sogro

De futuro falecido.

Há um alto falante

Em meu teto ruído

E do lado da estante

Um escudo destruído

Já no quarto ambulante

Dorme um pai aturdido

Pois sua filha ambulante

Está em um ventre nascido.

Pois, sua filha infante

Traz consigo ruídos

ideais para Kant

Surreal pro marido.