Mestre
Uno, dual, trino ou sem igual.
Faz juramentos, junta memórias, ensinamentos.
Luz que no meio da confusão seduz.
Espelho de mim do lado de fora,
O que és quem és?
De onde vens, para onde vais?
E o que fazes aqui? Cobra.
Com ou sem asas, devora
E faz devorar paixões proibidas,
O fogo, a mente, a mentira.
Calor e vergonha de quem sente
A nudez da pele mais que a nudez d'alma.
Quem és tu, meu mestre, agora?
Vísceras, morte, traição.
Sigo a cada instante sem me arrepender
O caminho espinhoso do coração.
E volto-me, finalmente, ao espelho de dentro,
E vejo que mestre, discípulo e tempo,
Tudo isso, sempre foi ilusão.