MEU RIO, MEU CHAPÉU!

MEU RIO, MEU CHAPÉU!

Meu rio não corre por baixo,
Minha água não molha a encosta,
Meu chapéu não perdura na porta,
Pois o Sol já secou meu jardim.

Eu escondo minha luz na caverna,
No escuro, bem junto aos morcegos,
E eu rasgo as entranhas da Terra,
Pra meu rio irrigar o jasmim.

Só então serei como as roseiras,
Que perfumam meus sonhos e prosas,
Mesmo tendo espinhos nas costas,
Do caule que cresce em mim.

No meu sonho enfim adubado,
Pelo sangue que corre nas veias,
Eu escondo meu boto e sereias,
Que alimentam os meus colibris.

Mas agora vem de novo o chapéu,
Novamente na minha cabeça,
Refrescando as minhas lembranças,
Nas cascatas que escorrem meu véu.

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Publicada no Facebook em 01/04/2020