MINHA ESSÊNCIA VAI AO ENCONTRO DO SILÊNCIO DAS ESTRELAS
MINHA ESSÊNCIA VAI AO ENCONTRO DO SILÊNCIO DAS ESTRELAS
A cada dia que passa,
Sinto a fuga de gás do meu balão,
Escorrendo pelas minhas mãos,
Eu temo a noite em frente ao mar.
E os estertores vêm me sacolejar,
Como um barco a navegar,
Sem Netuno a acompanhar,
Nem uma âncora eu vou ter.
E minhas mãos estão no éter,
Sem o resto do meu corpo,
Pois me vejo absorto,
Sou clarão a apagar.
Já pensei em velejar,
Mas as ondas já não deixam,
E por mais que me esforce,
Não sei nem mesmo dançar.
E nas noites em minh'África,
Sou apenas a solidão,
Sem inverno ou verão,
São só estrelas a brilhar.
Com meus dedos apontados,
E rochedos lapidados,
Foi-se o tempo em longas eras,
Quem deveras percebeu?
Se nem Ícaro ou Prometeu,
Se livraram de uma sina,
Vendo asas ao Sol turvarem a retina,
Eis meu fígado, ali dilacerado!
Temo apenas os pecados,
Que apagam a minha luz,
Pois só tenho a Jesus,
Como um Ser santificado.
Aqui fui o que eu pude,
Pois o açude já secou,
E o Titanic afundou,
Já nem sei mesmo quem sou,
Sinto medo do meu fardo.
E eu lutei guerras injustas,
Tendo uma casa pra suprir,
Sem ter portas pra sair,
Numa cela eu me deparo.
Sou um Luiz sem Januário,
Como um filho sem seus pais,
Sem ler todos os jornais,
Que demonstram minha angústia.
E as estrelas testemunham,
Tudo aquilo que plantei,
E como tanto eu desejei,
Ser portal pra outras vidas.
Vendo o céu nas minhas noites,
De pernoites já sem glória,
Sou mais um de toda escória,
Vendo a morte em mil açoites.
E as estátuas são de sal,
Quando olhamos para trás,
Pois tolo é quem acredita no que faz,
Pois eles querem guerra e eu a paz!
Por toda galáxia eu quero mel,
Com leite e sombra, eu vejo o Céu,
Saindo da noite num alvorecer,
De mãos abertas embora eu vou.
E minha essência vai encontrar,
Todas estrelas sobre o mar,
E seu silêncio vai vencer,
Se Deus quiser me aceitar.
Publicada no Facebook em 04/08/2019
MINHA ESSÊNCIA VAI AO ENCONTRO DO SILÊNCIO DAS ESTRELAS
A cada dia que passa,
Sinto a fuga de gás do meu balão,
Escorrendo pelas minhas mãos,
Eu temo a noite em frente ao mar.
E os estertores vêm me sacolejar,
Como um barco a navegar,
Sem Netuno a acompanhar,
Nem uma âncora eu vou ter.
E minhas mãos estão no éter,
Sem o resto do meu corpo,
Pois me vejo absorto,
Sou clarão a apagar.
Já pensei em velejar,
Mas as ondas já não deixam,
E por mais que me esforce,
Não sei nem mesmo dançar.
E nas noites em minh'África,
Sou apenas a solidão,
Sem inverno ou verão,
São só estrelas a brilhar.
Com meus dedos apontados,
E rochedos lapidados,
Foi-se o tempo em longas eras,
Quem deveras percebeu?
Se nem Ícaro ou Prometeu,
Se livraram de uma sina,
Vendo asas ao Sol turvarem a retina,
Eis meu fígado, ali dilacerado!
Temo apenas os pecados,
Que apagam a minha luz,
Pois só tenho a Jesus,
Como um Ser santificado.
Aqui fui o que eu pude,
Pois o açude já secou,
E o Titanic afundou,
Já nem sei mesmo quem sou,
Sinto medo do meu fardo.
E eu lutei guerras injustas,
Tendo uma casa pra suprir,
Sem ter portas pra sair,
Numa cela eu me deparo.
Sou um Luiz sem Januário,
Como um filho sem seus pais,
Sem ler todos os jornais,
Que demonstram minha angústia.
E as estrelas testemunham,
Tudo aquilo que plantei,
E como tanto eu desejei,
Ser portal pra outras vidas.
Vendo o céu nas minhas noites,
De pernoites já sem glória,
Sou mais um de toda escória,
Vendo a morte em mil açoites.
E as estátuas são de sal,
Quando olhamos para trás,
Pois tolo é quem acredita no que faz,
Pois eles querem guerra e eu a paz!
Por toda galáxia eu quero mel,
Com leite e sombra, eu vejo o Céu,
Saindo da noite num alvorecer,
De mãos abertas embora eu vou.
E minha essência vai encontrar,
Todas estrelas sobre o mar,
E seu silêncio vai vencer,
Se Deus quiser me aceitar.
Publicada no Facebook em 04/08/2019