A PAZ E OS PENSAMENTOS DE FOGO

A PAZ E OS PENSAMENTOS DE FOGO

Buscar o nirvana da paz,

Onde o corpo se dobra pra contemplar,

De colunas, sapatas e veias se faz,

O edifício em que vamos morar.

Mas toda dobra pode cingir a mangueira,

Por onde vem o cimento e o gás,

Pra edificar as lajes e a lareira,

Que são início e fim, como cartas de Ás.

Em toda paz, nós buscamos a brisa,

E toda brisa vem com a maré,

Mas se o vulcão cospe lava na vida,

A paz só vem num mar de fogo e fé.

A paz que o fogo nos traz borbulhando,

As lavas fazem seu papel de fluir,

Pois vai queimando o sonho humano,

Que não vê passado, mas quer sempre ir.

Mas chega a hora de enfrentar nossos egos,

Em que precisamos esquecer o que se viu,

Senão a paz só virá como pregos,

Que afundam na carne em balas de fuzil.

E os pensamentos precisam do fogo,

Para queimar nosso ódio febril,

Selando a boca do vulcão, paz em jogo,

Usando o fogo como uma forja fabril.

Criando tudo de novo com fogo,

Com esperança no útil carvão,

Como fornalha em nossas cabeças,

Para a paz ser como fornada de pão.

O pão da paz que flutua, em nirvana,

Dobrando joelhos, rezando pra luz,

Que vem do fogo que arde esperança,

Com mesa farta de paz, até a alma reluz.

Publicado no Facebook em 14/06/2018