O QUARTO
I
Chove, uma chuva fina, serrada;
O horizonte estende seu triste véu;
E o frio entra pelas ventanas;
Me cobre com lenções de linho;
Enquanto durmo e não aqueço-me sozinho;
Sonho, vagueio pelo sonhar...
Caminho pelos bosques turvos;
Circundam-me pela minha fadiga;
Sinto-me perene no inebriante luar;
Perene estou ao retornar.
II
Ó vento, traz-me ao corpo adormecido;
Um acalanto e nunca um tormento;
Venho. Trepido levitar no quarto fechado;
Escurecido, breu das madrugadas;
Santuário para de paz e amor.
Em uma cama de desejo frugal.