O QUARTO

I

Chove, uma chuva fina, serrada;

O horizonte estende seu triste véu;

E o frio entra pelas ventanas;

Me cobre com lenções de linho;

Enquanto durmo e não aqueço-me sozinho;

Sonho, vagueio pelo sonhar...

Caminho pelos bosques turvos;

Circundam-me pela minha fadiga;

Sinto-me perene no inebriante luar;

Perene estou ao retornar.

II

Ó vento, traz-me ao corpo adormecido;

Um acalanto e nunca um tormento;

Venho. Trepido levitar no quarto fechado;

Escurecido, breu das madrugadas;

Santuário para de paz e amor.

Em uma cama de desejo frugal.

Sérgio Gaiafi
Enviado por Sérgio Gaiafi em 26/07/2019
Reeditado em 21/08/2019
Código do texto: T6704733
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