O Desperto e a Mãe de Todas as Dores.

Num tempo tão antigo

Que o homem quase esqueceu,

Um príncipe renuncia,

A vida nobre que viveu.

Perambulando pelo mundo

Passando-se por mendigo,

Experimentou muitos tormentos,

Dormiu ao desabrigo,

Queria descobrir a causa

De todos os sofrimentos.

Seguiu e tantos mestres conheceu

Aprendendo com eles

Que o caminho é sempre seu.

Com o espírito inquieto

Duvidando de tudo

Do errado e do certo

Foi treinando sua mente

Apaziguando o coração

E quando estava silente

Desabrochou a compreensão,

E tornou-se

O Desperto.

A mãe de todas as dores

De toda a ganância,

De todo o sofrimento,

Ele descobriu.

É espinho camuflado de flores,

Disfarçada em doce fragrância

Fugidia do momento,

Passando despercebida.

É preciso a lucidez da vida,

A consciência de um profundo alento

Para desvelar a velha dama escondida

Que se traveste de sabedoria,

Mas na verdade é a mais profunda Ignorância.

Mesmar