ENCONTRO COM A ESPIRITUALIDADE
Com o seu olhar triste e carente percorreu-me da cabeça aos pés, talvez querendo encontrar em mim um lenitivo para a sua dor.
Sentindo-me importante com arrogância dei de ombros como se nada tivesse percebido. Mas aquele olhar que era sincero insistente suplicava a minha atenção.
Seguro, achando que aquele olhar me queria mantive-me ereto e andei de um lado para o outro desviando o meu olhar. Vez ou outra olhava para trás ou de lado e dava de cara com o mesmo olhar firme que agora já não mostrava mais tristeza.
Não mais resistindo àquele olhar penetrante, como que hipnotizado parei de andar olhei-a bem nos olhos e perguntei:
- Será que te encantei em algum momento e queres travar comigo um diálogo ou um relacionamento instantâneo (ficar)? Estou livre ao teu dispor.
Com voz mansa e conciliadora, porém mantendo o mesmo olhar firme ela respondeu:
- Não quero nada. Absolutamente nada contigo. Aliás, o que eu procurava e queria acabei de encontrar. Tens o dom da mediunidade e por isso consegue me ver. Eu sou a tua irmã Marianinha que morri há mais de trinta anos. Na época tinhas apenas seis anos por isso não lembra. Entendeu agora? Fica com Deus. Boa sorte. Volto qualquer dia desses para saber como tu estas.
Dito isso a bela mulher, de olhos firmes, rosto angelical desapareceu como num passe de mágica e eu cabisbaixo, reduzido a pó, sem nenhuma condição de reagir pus-me a chorar por ter perdido a oportunidade de conversar com a minha irmã querida.
É exatamente isso que fazemos muitas vezes quando a felicidade e a nossa fonte de inspiração para a prática do bem nos bate a porta e não estamos preparados.