Budismo, Cristianismo e o Deus de Espinosa
  Neste desassossego  sossegado , sem saber
  o que me espera, vou seguindo devagar.
  O Deus de Espinosa nos ensina que a vida
  é  uma chama divina, um Deus imanente.
  A  fonte do nosso próprio existir.
  Uma chama tão autossuficiente que não
  Chama por ninguém.
  É uma luz divina, podem na  chamar de chama
  Trina,  de princípio vital, não faz mal.
   É uma luz transcendental.
   Quem conviveu com Cristo também aprendeu
   Isto . A vida é mesmo isso.
   O budismo e o cristianismo, embora muito distantes,
  Alimentam-se da mesma  presença , que vai muito além
  Da crença.
  Buda e Cristo sabiam disto.
  No antigo Egito já se intuía isto  também.
  Eis aqui a diferença:
  A chama  divina concebida por Espinosa não recebia.
  reforço algum.
  Ia até se acabar.
  Por isso dizia que não adiantava rezar.
  A  Chama  Crística  e Budista recebe reforço transcendental.
  Cristo via e vivia esta sagrada comunhão, esta bendita fusão…
  Buda também sabia que a Chama Trina era Deus em ação,
  Que nunca se perdeu esta bendita fusão.
  A lógica  do budismo e do cristianismo alimentam-se  da
  mesma combustão.
  A  lógica dos poetas também.
  Não sei como, nem porque.
  Começamos a escrever sobre a essência do ser.
  Não demora  saímos desta hora,  deste espaço.
  Somos só uma mão e um braço.
  A  registrar  este abraço.
 
                                                                      Lita Moniz