TRAVESSIA
Quando eu, daqui partir,
Em minha canoa de Itaúba,
Não quero ritos desalentos,
Nem tolos choros: mártir
De sentimentos cinzentos.
Meu desejo é a paz luzente
Em lembranças de alegria.
É reviver o frescor ridente
De minha humilde história
Dormida na rede do alento.
Assim poderei atravessar
O majestoso rio da poesia,
E do outro lado da margem,
Unir-me aos entes queridos
Cantando a saudade florida!